Olha, eu concordo.
Inclusive, sou uma mala confessa. Ando com a minha por aí o tempo todo, afinal, nunca sei quando chega a hora da grande viagem. O bilhete? Nem precisei comprar – Cristo já cuidou disso para mim.
Pensa comigo: todos nós carregamos coisas na vida, né? Mas o como faz toda a diferença.
Se carrego com as mãos, a vida é vazia.
Se carrego nas costas, é só fardo.
Se os outros carregam por mim, nem vivi de verdade.
Se não carrego nada, que vida fútil, hein?
Se carrego em sacola plástica, nem longe vou chegar.
Agora, imagina uma viagem sem mala? Pode até funcionar para os aventureiros, aqueles que saem sem rumo, sem destino. Mas eu? Ah, eu sei exatamente para onde quero ir, e esse destino exige uma mala – não dá pra improvisar com sacola, mochila ou as costas dos outros.
Quem nasceu pra ser mala, sabe que vai viajar. Sabe também que, quando a partida chega, todos os outros objetos nobres da casa ficam para trás. Só a mala vai.
E quer saber? A mala tem personalidade. Ela é meio quadradona, espaçosa, às vezes até incômoda, porque não se encaixa direito nos lugares. Mas ela sabe que o propósito dela é maior: viajar.
O que a gente coloca dentro dela? Coisas pequenas, mas essenciais para a viagem. E aí está o segredo: quem é mala não está aqui para agradar ou se ajustar – está aqui para preparar o que realmente importa.
Então, descobri que sou uma mala, e, sinceramente, não quero mudar. Minha bagagem está pronta. Sei que incomodo alguns, mas é porque já estou preparado para partir. E, aviso: dessa viagem, eu não volto.
E para quem é sacola, que cabe em qualquer lugar e acha que vai longe... desculpa aí, mas quem viaja é mala. Sacola fica.
PR. Sandro Limeira Bitencourt.
Maravilhoso o texto pois sou mala também.
ResponderExcluirParabéns pela narrativa do texto descrevendoo de que somos malas.
ResponderExcluirTexto maravilhoso 👏🏻
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