segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Hienas urubuzáticas

     Tenho pensado em como as redes sociais têm se transformado em redes necrófilas.
Esta semana a Baixada Fluminense, mais especificamente Duque de Caxias foi palco de um show de barbárie. Barbárie, contra as leis, contra a vida, contra a dignidade.
     Um ônibus da empresa Regina se envolveu em um acidente com outro ônibus da empresa Fábios, mas não é sobre isso que quero falar. A justiça tratará do caso.
     O que me chocou foi saber que duas pessoas faleceram no local sendo uma delas, um homem que havia saído de casa para colocar o lixo na calçada de casa para que fosse retirado pela empresa responsável e infelizmente acabou sendo esmagado por um poste.
     O que ninguém comenta é sobre a quantidade de hienas e urubus que rapidamente invadiram o local em busca de comida. Sim! Vocês não viram? O local ficou repleto delas aos montes.
     Hienas são bichos estranhos. Elas correm e andam com seus pênis pendurados como se fossem troféus, marcando o território por onde passam. O curioso é que a hiena tem ótimo potencial para a caça. Ela já nasce com todos os seus dentes, dentes tão fortes que são capazes de triturar ossos, sua resistência, lhe dá condição de perseguir sua presa por kilômetros, mas, mesmo assim elas preferem andar em bandos e se satisfazem em comer o fraco animal que já está por morrer. Talvez seja esta a razão que as leva a ecoar suas mórbidas gargalhadas.
     Urubus são bem parecidos, estão sempre rodeando algum animal que está apodrecendo, o cheiro de carniça os enfeitiça ao nível do encantamento da comida para um glutão.
     As hienas fêmeas são tão agressivas, que são liberados em seus corpos, hormônios que as dificultam de vida, elas chegam a matar a vida que acabaram de gerar.
     Quase ninguém viu as hienas urubuzáticas com seus pênis em forma de celular marcando suas presenças. Pois hoje o "falo" fala, fala muito mais do que o próprio "falo".
Elas estavam ali, se alimentando da desgraça, da humilhação extrema do ser humano que é a morte, elas chegaram voando em suas asas de urubu atraídas pelo cheiro da compaixão necrosada.
     Mastigaram os ossos já quebrados dos familiares e agora estão por aí se curtindo em bandos, nas redes sociais embriagados de tanta violência contra o amor, que são incapazes de gerar dentro de si algo que seja parecido com a vida. Estão por aí ecoando seus vídeos em forma de gargalhadas. E assim aumentam seu bando, a cada curtida e compartilhar. Na verdade, compartilhar é uma palavra tão bonita que em alguns perfis deveria ser trocado por contaminar.
     Se comprazem da agonia, do suspiro terminal, do corpo estraçalhado, não tem piedade da lágrima do pai ou da mãe, da esposa ou do esposo, tão pouco do choro da criança, não se importam se a família está quebrada.
     Tenha muito cuidado com as "Hienas urubuzáticas". Pois seu canto é pra te ter dentro do seu bando e só esperar a hora de você também morrer.

Mateus24:12 E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.
Sandro Limeira Bitencourt

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