Desde que a teoria da
relatividade de Einstein invadiu as instâncias da fé, o cristianismo se ilhou
como uma fé religiosa, alienante. Pois, qual é o lugar do absoluto dentro de
uma sociedade totalmente relativizada. Relativizada em seus valores,
princípios, estruturas, tanto macro como micro, seja uma família ou um conjunto
de parentela. Hoje, qualquer opinião, seja política ou religiosa, que se
apresente como absoluta é enquadrada dentro de uma forma chamada tabu.
Pensar sobre a relativização dentro do âmbito religioso é
deveras importante, pois, pois quando abrimos mão do conceito sobre o certo
absoluto, automaticamente excluímos também “absolutamente errado”, e isso nos
leva ao centro da problemática do pecado. O que é e o que não é pecado? Quem
definirá? E se não uma definição sobre o que é pecado e o eu não é, como
julgar?
Dentro de uma
sociedade totalmente relativizada, não há quem seja capacitado para julgar um
ato e se pensarmos dentro do âmbito da fé, Deus ou a consciência de um acabaram
de serem retirados de suas posições de juiz sobre os homens, pois, estes não se
encaixam dentro deste relativismo.
Talvez pudéssemos aceitar o relativismo se estivéssemos
vivendo em um mundo em que Deus não tivesse intervindo com o envio do seu filho,
mesmo que considerando o período dos pais da fé e os profetas, caso o próprio
Deus não tivesse manifestado se poder de forma tão extraordinária em momentos
distintos. Como o homem em sua limitação e através da revelação geral poderia
mensurar a personalidade de Deus se o mesmo não tivesse encarnado no seu filho
entre nós? De certo estaríamos vivendo em um período de sombras, mas a fé
cristã não admite isso, tal qual ela se expressa pela gênese do Cristo entre
nós, ao afirmar que o povo que andava em trevas, foi alcançado pela luz.
A mensagem do evangelho é sim exclusivista, mas quando
este exclusivismo é retirado das mãos do Cristo que elege um povo para si e é
usado de maneira leviana pelos homens. Pois a arrogância religiosa humana se
presta a papéis nefastos de segregação social e religiosa. Explico: Quando a
minha pregação alcança a fronteira da outra fé, não é movida pela compaixão de
não renegar a palavra que liberta, mas para ratificar uma superioridade
religiosa. Uma forte tendência de rejeição e antipatia se consolida como um
muro que divide dois países, e o conhecimento da fé em Cristo passa a ser
recebido dentro de uma perspectiva alfandegária, só recebo elementos de sua fé
o que a minha crença aceita. Diante disso, o inclusivismo se ergue como a
alternativa de entender que a obra de Cristo pode ser expressa fora das paredes
do cristianismo. Essa perspectiva se contrapõe a vários relatos bíblicos que
versão sobre o trato de Deus com sua própria obra redentora, pois ele afirma
não dar sua glória a outrem.
Para quem imaginava que o inclusivismo seria uma maneira
humana e carismática de atrair as pessoas a Cristo, na verdade, percebeu que o
que ele fez, foi atrair a humanidade para fora do Cristo e para dentro de um
sincretismo religioso que se posiciona para resolver as demandas sociais,
evocando a máxima de que em nada ferem a ética do “cristo”, quando percebemos
que todas as religiões podem se dirigir para um caminho de fraternidade,
afirmando então que todas as religiões podem levar o homem a Deus e não somente
as religiões ligadas ao Cristo.
O pluralismo na verdade é centrado na necessidade do
homem se ver como centro religioso e de fé, a partir disso, as religiões devem
cooperar para esta suposta paz universal entre os povos.
É necessário entender a importância da harmonia dos povos
e que a fé em Cristo deve nos unir, mas nos unir nEle, deve-se entender que
Cristo deixa isso claro ao ensinar a oração modelo, quando ele começa a oração
dizendo que o Pai, não deve ser meu, mas que a consciência de que Ele pode ser
pai de qualquer que se renda.
Entender e compreender a importância de um mundo mais
tolerante entre os homens, não tem respaldo bíblico, quando esta tolerância
abre o espaço na fé para a inserção de outras figuras de salvador, para a fé
sincrética. Cristo veio para salvar a humanidade inteira, mas ele deixa claro
que seu compromisso não é com a paz globalizada, quando afirma que quem não é c
apaz de abandonar família, nação e tantas coisas mais, não é digno dEle.
Consciência que se agrava ainda mais, quando afirma anteriormente que sua
chegada não foi para a promoção da paz, mas para o erguer da espada e da
guerra.
Diante deste fato, deve se ter em mente que a afirmação
de Cristo, de que só Ele é o caminho para Deus e de que na verdade Ele não o
caminho por onde se vai, mas por onde se vem, rejeitando qualquer possibilidade
para abertura de outras figuras humanas ou divinas que outorguem para si a
condição de ser intercessor, juiz, salvador ou mesmo Deus.
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