Pr. Sandro Bitencourt: O que houve com o meu milagre?

Quem nunca fez esta pergunta?

Lembro-me que a algum tempo atrás, minha esposa e eu estávamos em um super-mercado e lá vimos uma videira ou parreira a venda, então decidimos comprar.
Chegamos em casa e logo ela me fez plantar aquela pequena videira. De início estiquei um arame na vertical até o telhado para que que pudesse guiar a videira e três arames de um telhado a outro, já na expectativa de que aquela videira começasse a crescer, na verdade foi um ato de extrema fé, pois, minha esposa e eu apesar de gostarmos muito de plantas, temos dificuldades em mantê-las vivas devido ao nosso pouco tempo em casa.

A videira cresceu e logo começou a andar pelos arames o que me levou a esticar mais três guias, depois de alguns dias percebi que que minha videira tinha um pequeno cacho de uvas, passado alguns dias tive a oportunidade de estar falando em minha igreja e no meio da minha exposição sobre o ato de ofertar e sobre a fé, incentivei que meus irmãos tivessem a mesma atitude que eu tive: plantar e esticar seus arames pela fé para ver o fruto nascer.
Alguns irmãos me pediram fotos devido a curiosidade, mas, o que eu não esperava aconteceu, minha videira tão bonita foi atacada por uma praga e por duas vezes eu combati a praga com remédio que nada adiantaram e minha videira secou por completo.

O tempo passou e nós recebemos a visita de alguns amigos em nossa casa, então Thaiana, esposa do Renato, um dos meus amigos, pediu para que eu mostrasse a videira da qual tinha falado na igreja, nesta hora me arrependi de não tê-la arrancado nas várias vezes em que tive este desejo. Mostrei aquela videira seca e triste para ela e percebi na esposa do meu amigo um semblante de decepção.
Que vergonha! Meu motivo de encorajamento para as pessoas estava ali, seca e sem vida. E agora? Como eu poderia voltar a falar sobre aquela videira que um dia foi um impulso de fé e agora se mostrava como símbolo de derrota?
Uma noite fui até a videira e comecei a arrancar todas as folhas que estavam sendo vítimas daquela praga, olhava para aquela ferrugem nas folhas e pensava. "Já que vocês mataram minha alegria eu vou matar vocês!".

A videira ficou lá, semanas, sem folha alguma, até que começaram a brotar algumas folhas e algo entre elas. Nossa! Aquela videira estava voltando a produzir uvas! Que maravilha! Estava ali no quintal da minha casa sendo ministrado pela presença de Deus naquele momento, chamei minha esposa para ver o que estava acontecendo. Aquela videira estava me ensinando que as lutas não param com a chegada de um milagre, a vida continua e lutas vêm contra nós e contra o nosso milagre. Mas a Bíblia diz em Jó 14: "Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó, Ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta."
As lutas e adversidades tentam nos enganar e nos envergonhar diante das pessoas, tentando sufocar nosso milagre, como uma enfermidade ou vício que voltam a assolar a nossa vida ou nossa casa, mas, nossa fé não deve estar no milagre e sim na fonte geradora deste milagre.
Talvez hoje você esteja assim, sem o sinal externo e aparente de que o milagre aconteceu ou de que o milagre acabou, mas, saiba de uma coisa, o milagre não é plantado no nosso exterior, mas nosso interior e uma hora ele vai se manifestar, mas para isso você tem que ter coragem para se livrar das folhas secas e sem sentido algum de estar ali naquele momento, mesmo que a algum tempo atrás elas tenham sido um testemunho lindo e verdejante, não adianta se lamentar pelas folhas que eram verdes, pois aquelas folhas nunca mais voltaram a ser vistosas.