Era um dia como os outros em nossa igreja, e o ministério de louvor estava ensaiando músicas para o culto à noite. Na escada que sobe para a plataforma da igreja, existem cinco vasos com rafias que foram comprados para a celebração do casamento dos jovens Roberto e Liriel, que são membros da igreja que pastoreamos.
Os vasos comprados não estavam com uma aparência boa devido à umidade. Então, pedi às diaconisas da igreja que fizessem uma capa para eles. No entanto, quando fui molhar as plantas, acabei retirando as capas, o que gerou dificuldade para colocá-las de volta, resultando no rompimento de uma delas.
Enquanto estava nessa empreitada, minha esposa se aproximou para ajudar. Ao mesmo tempo em que tentava auxiliar, ela verbalizou uma crítica ao meu método falho (que já havia sido constatado por mim), o que gerou ainda mais desconforto. Diante disso, tivemos um desentendimento por esse motivo de enorme importância (nessa última frase, houve um uso desmedido de sarcasmo).
Liriel, ao ver seus pastores cuidando das plantas da igreja, pertinho um do outro (plantas essas que foram compradas para seu enlace matrimonial com Roberto), sentiu admiração por nós. Ela prontamente sacou o celular e fotografou-nos, criando uma linda foto. Liriel se dirigiu a mim, mostrando a imagem e dizendo que ela renderia um lindo texto de amor. No entanto, para sua perplexidade, comuniquei que o registro daquele momento se tratava de um desentendimento (nome chique para briga).
Em nossa igreja, não nos posicionamos como seres inerrantes, perfeitos ou super santos. Entendemos que a postura adotada por muitos líderes religiosos, em que se apresentam em um estágio de espiritualidade inalcançável, é danosa para a igreja. Isso projeta na mente da congregação uma falácia que, brevemente, resultará em decepção quando seus defeitos forem expostos, voluntariamente ou não.
Pastores são homens passíveis de errar, e a igreja precisa saber disso. Essa realidade não desmerece o pastor como homem de Deus; afinal, ele não precisa ser perfeito, pois, de fato, não é.
Vejamos o texto de Hebreus 7:
“Certamente estávamos necessitados de um sacerdote como este: santo, inculpável, puro, apartado dos pecadores, exaltado acima dos céus. Diferentemente dos outros sumos sacerdotes, Ele não precisa oferecer sacrifícios dia após dia; que oferecem primeiro por seus próprios pecados e, somente depois, pelos pecados do povo.” (Hebreus 7:26-27)
Muitos homens cristãos são oprimidos por suas esposas e por palestrantes para casais quando são confrontados com o texto de Efésios 5:22-25:
“Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos. Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela.” (Efésios 5:22-25)
O que ouvimos constantemente é a exigência de um amor sacrificial que espelha o de Cristo. No entanto, precisamos considerar que as mulheres também não podem exigir esse amor perfeito como o de Cristo, pois elas também não conseguem se sujeitar perfeitamente como a igreja deve se sujeitar a Cristo. O casamento tem a referência divina e perfeita, mas é vivido por seres humanos imperfeitos.
O texto de Hebreus nos apresenta uma reflexão profunda. A necessidade de um sumo sacerdote perfeito decorria do fato de que os sumos sacerdotes, comissionados para representar o povo diante de Deus e Deus diante do povo, também eram imperfeitos. Antes de oferecer sacrifícios pelo pecado do povo, eles precisavam oferecer sacrifícios por seus próprios pecados. No entanto, essa imperfeição não os excluía do ofício de sumo sacerdote. Sua reprovação não vinha apenas de seus pecados, mas também dos pecados não confessados, indicando uma vida ministerial superficial e cheia de iniquidade.
Como bem expressou o pastor Paul Washer: “Somos o povo de Deus, em direção à nova Jerusalém, mas ainda com os pés sujos do chão da Babilônia”.
Nossas imperfeições não devem nos impedir de prosseguir e lutar pelos ofícios que Deus nos designou. Ele conhecia nossa consistência quando nos chamou. Essa verdade se aplica a todos os homens e mulheres mencionados nas Escrituras. Todos tinham falhas, mas foram tremendamente usados por Deus. O que os diferenciava do restante do mundo era a natureza de sua fé. É por isso que encontramos esses heróis da fé na galeria das Escrituras.
Nós também podemos ser heróis da fé em nossa igreja, família, entre nossos filhos e na comunidade. Não precisamos ser perfeitos; basta termos um coração quebrantado diante do Deus que é perfeito e termos Sua Palavra, também perfeita, enraizada em nosso ser.
Pr. Sandro L. Bitencourt
Alegro-me em saber que Deus nos ama apesar de nossas imperfeições.
ResponderExcluirSim Ele nos ama. Amém
ExcluirAmo vcs!❤️❤️❤️
ResponderExcluirTambém amamos você. Espero que tenha gostado do textão.
ExcluirUma bela reflexão. Precisamos matar a nossa carne todos os dias !! Tarefa nada fácil.
ResponderExcluirRealmente não é
ExcluirRealmente não é
ExcluirAchei ótima a reflexão.
ResponderExcluirMas que os 2 estavam bonitinhos cuidando das plantinhas estavam!!!
Obrigado.
ExcluirVerdade meus pastores nem tudo que brilha é ouro.As vezes as pessoas pensam que vocês não se desentendem,esquece que vocês são seres humanos Imperfeitos.
ResponderExcluirAmo vocês
Verdade meus Pastores,nem tudo que brilha é ouro,quase sempre as pessoas pensam que vcs não se desentendem,esquecem que vcs são seres humanos imperfeitos. Perfeito só Jesus
ExcluirAmo vocês
Exato Bira
ExcluirVivemos essa realidade,de reconhecer nossa miséria diante dele e enquanto temos tempo buscar com todo nosso arrependimento seu perdão de coração,necessitamos todos .
ResponderExcluirShirley.conta com nossas orações pastor.
ResponderExcluirGostei muito, as pessoas criam um o pastor super herói e esquecem que são homens e o perfeito é só Jesus.
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