ENTENDENDO A RELAÇÃO ENTRE O PASTOR E A MEMBRESIA DA IGREJA
Vivemos tempos em que os princípios de autoridade são questionados, muitas vezes por conta da forma autoritária com que alguns líderes religiosos governam a Igreja de Jesus Cristo. Aqui já temos um princípio fundamental: a Igreja pertence a Jesus Cristo, não a homens.
O fato é que, por mais que todos nós sejamos servos e que Deus não faça acepção de pessoas, há um trato diferente para cada um de nós. Nesse sentido, cabe destacar como o pastor é visto por Deus no exercício do seu ofício, especialmente no tocante à guarda e proteção da Igreja — ainda que composta por homens e mulheres falhos.
O apóstolo Pedro nos ensina claramente sobre a postura correta dos pastores:
“Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” (1Pedro 5:2-4).
Meu objetivo com esta reflexão é mostrar aos pastores a forma bíblica e pastoral de tratar com os desafios eclesiásticos sem trazer para o campo da pessoalidade nem do juízo de valor individualizado. Ao mesmo tempo, desejo alertar os irmãos que talvez estejam sendo vítimas de um tipo de assédio religioso, quando seus pastores ultrapassam as recomendações bíblicas no trato das ovelhas — seja movidos por torpe ganância, seja pela manutenção do próprio ego inflamado pelo poder que o cargo lhes confere, fazendo-os agir como donos daquilo que deveriam tratar como mordomos.
É nesse contexto que compartilho, abaixo, uma mensagem enviada à igreja que sirvo como pastor, a fim de demonstrar a maneira bíblica de trazer exortação sem agir como senhor nem por constrangimento, mas em amor, conforme ensina o apóstolo Pedro.
A paz do Senhor, queridos irmãos!
Desejo a todos uma semana repleta da presença e do cuidado de Deus. Agradeço de coração a cada um que leu e acolheu, com mansidão, a exortação pastoral que lhes foi dirigida.
A exortação, como nos ensina a Escritura, deve sempre ser feita a partir de princípios bíblicos e não como uma imposição prepotente. O propósito do pastoreio, dom concedido por Deus, é a edificação e o aperfeiçoamento dos santos:
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Efésios 4:11-12).
No corpo da igreja, todos somos iguais como servos de Deus. Porém, no que diz respeito à responsabilidade diante do Senhor, a Palavra de Deus nos ensina:
“E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites. Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de reprovação, com poucos açoites será castigado. E a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá; e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá” (Lucas 12:47-48).
Nesse sentido, pesa sobre os pastores algo que não pesa ao restante da congregação, pois no último dia são os pastores que darão conta das almas que o Senhor lhes confiou para a mordomia espiritual:
“Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil” (Hebreus 13:17).
Isso não significa ser culpado se alguém se perder, pois o próprio Jesus teve Judas, que foi considerado “filho do diabo” e “filho da perdição” (João 6:70; João 17:12). Quando Jesus prestou contas dos discípulos ao Pai, disse:
“Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome; tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse” (João 17:12).
Ainda assim, Jesus prestou contas ao Pai sobre aqueles que Lhe foram dados.
É com grande amor e também com santo temor que tenho exercido este ofício na Igreja Batista Graça e Verdade, sendo ajudado pelos pastores, presbíteros, diáconos e líderes de departamentos. Que o Senhor nos mantenha unidos como um só corpo, regidos pela cabeça da Igreja, Jesus Cristo:
“E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência” (Colossenses 1:18).
Pois “nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (Atos 17:28), e para Ele seja a glória para todo o sempre. Amém!
Seu servo em Cristo,
Pr. Sandro L. Bitencourt






Quantas vezes já pensamos: "Por que Deus permite isso?" Pior ainda quando esse "isso" se refere a nós. Dá para entender o porquê de coisas ruins acontecerem conosco e, ao mesmo tempo, ouvirmos que Deus cuida de nós? Agora, o que ninguém quer dizer e nem comentar são as responsabilidades – sim, responsabilidades no plural. Vivemos em uma sociedade e somos responsáveis não só por nós mesmos, mas também por aqueles que estão próximos de nós e até mesmo distantes. Isso porque, por mais que nossa mão não alcance alguém devido à distância para fazer-lhe mal, a enchente pode fazer o serviço por nós, provocada pelo saco plástico que nossa mão jogou no esgoto.








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